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sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Abraço - Anais Nin

Os braços foram-me tirados, cantava.
Fui punida por abraçar, abracei.

Prendi nos momentos 
mais belos da minha vida.

Fechei nas mãos a plenitude
de cada hora os braços apertados
no desejo de abraçar. 

Quis abraçar a luz, o vento,
o sol, a noite, o mundo inteiro
e quis retê-los.

Quis acariciar,
curar, embalar,
envolver, cercar.

Forcei-os e prendi
de tal modo
que se partiram...
partiram de mim

Anaïs Nin

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Erupção - Anais Nin


O ímpeto de crescer e viver intensamente,
foi tão forte em mim, que não consegui resistir a ele.
Enfrentei meus sentimentos.
A vida não é racional!
É louca e cheia de mágoa.

Mas não quero viver comigo mesma.
Quero paixão, prazer, barulho, 
bebedeira, e todo o mal.

Quero ouvir música rouca, 
ver rostos, roçar em corpos,
beber um Benedictine ardente.
Quero conhecer pessoas perversas, 
ser íntima delas.

Quero morder a vida, 
e ser despedaçada por ela.

Eu estava esperando.
Esta é a hora da expansão, 
do viver verdadeiro.

Todo o resto foi uma preparação.
A verdade é que sou inconstante,
com estímulos sensuais em muitas direções.

Fiquei docemente adormecida por alguns séculos,
e entrei em erupção sem avisar.

Anais Nin

quinta-feira, 5 de março de 2015

Anais Nin - Trechos

O erotismo é uma das bases do conhecimento de nós próprios, tão indispensável como a poesia.

A única anormalidade é a incapacidade de amar.

O único transformador, o único alquimista que muda tudo em ouro, é o amor.

O único antídoto contra a morte, a idade, a vida vulgar, é o amor.

A vida se contrai e se expande proporcionalmente à coragem do indivíduo.

Não vemos as coisas como são: vemos as coisas como somos.

Imaginei por um momento um mundo sem Henry.

E jurei que no dia que perder Henry, eu matarei minha vulnerabilidade, minha capacidade para o verdadeiro amor, meus sentimentos, com a devassidão mais frenética. 

Depois de Henry não quero mais amor.                           {…} 

Depois de não ver Henry por cinco dias por causa de mil obrigações, não pude suportar. Pedi a ele para se encontrar comigo durante uma hora entre dois compromissos. Conversamos por um momento, então fomos para um quarto do hotel mais próximo. Que necessidade profunda dele. Só quando estou em seus braços as coisas parecem direitas. 

Depois de uma hora com ele, pude continuar o meu dia, fazendo coisas que não quero fazer, vendo pessoas que não me interessam.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Compreensão - Anais Nin

Não me digas nada, vejo que me entendes, mas tenho receio dessa compreensão, tenho medo de encontrar alguém semelhante a mim e ao mesmo tempo desejo-o.

Sinto-me tão definitivamente só, mas tenho tanto medo que o isolamento seja violado e eu não seja mais o cérebro e a lei do meu universo.

Sinto-me no grande terror do meu entendimento, meio por que penetras no meu mundo; e que, sem véus, tenha então que partilhar o meu reino.

Anais Nin