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sábado, 11 de julho de 2020

Anjos varriam Morcegos - Mario Quintana

Anjos varriam morcegos 
até jogá-los no mar
uns pintavam de azul, 
azul e verde mar.

Vassouras de feiticeiras 
desbotadas tabuletas,
Velhos letreiros de bar.
Era uma carta amorosa?
ou uma rosa que se abrira?
Mas a mão correra ansiosa.

Oh sinos mais devagar …
A janela azul e rosa abrindo 
a de par em par.

Mario Quintana

sexta-feira, 5 de junho de 2020

Ah! Os Relógios - Mario Quintana

Amigos, não consultem os relógios
quando um dia eu for de vossas vida
sem seus fúteis problemas tão perdidas
que até parecem mais um necrológios…

Porque o tempo é uma invenção da morte:
não o conhece a vida a verdadeira
em que basta um momento de poesia
para nos dar a eternidade inteira.

Inteira, sim, porque essa vida eterna
somente por si mesma é dividida:
não cabe, a cada qual, uma porção.

E os Anjos entreolham-se espantados
quando alguém ao voltar a si da vida
acaso lhes indaga que horas são… 

Mário Quintana

segunda-feira, 13 de abril de 2020

Eu queria - Mario Quintana

Eu queria trazer-te uns versos muito lindos
colhidos no mais íntimo de mim…

Suas palavras
seriam as mais simples do mundo,
porém não sei que luz as iluminaria
que terias de fechar teus olhos
para as ouvir…

Sim! Uma luz que viria de dentro delas,
como essa que acende inesperadas cores
nas lanternas chinesas de papel!

Trago-te palavras, apenas…
e que estão escritas
do lado de fora do papel… 

Não sei, eu nunca soube o que dizer-te
e este poema vai morrendo,
ardente e puro, ao vento da Poesia…
como uma pobre lanterna que incendiou! 

Mário Quintana

domingo, 31 de dezembro de 2017

Ano Novo - Mario Quintana

Bendito quem inventou o belo truque do calendário, pois o bom da segunda-feira, do dia 1º do mês e de cada ano novo é que nos dão a impressão de que a vida não continua,
mas apenas recomeça...


Texto genial de Mario Quintana
Desejo a cada um de vocês,
 que recomessem sempre.
Feliz 2018 !

domingo, 19 de novembro de 2017

Evolução - Mario Quintana


Todas as noites o sono nos atira da beira de um cais

e ficamos repousando no fundo do mar.

O mar onde tudo recomeça…

Onde tudo se refaz…

Até que, um dia, nós criaremos asas.

E andaremos no ar como se anda em terra.

domingo, 8 de outubro de 2017

Um dia acordarás - Mario Quintana

Um dia acordarás num quarto novo
sem saber como foste para lá
e as vestes que acharás ao pé do leito
de tão estranhas te farão pasmar,
A janela abrirás, devagarinho:
Fará nevoeiro e tu nada verás…
Hás de tocar, a medo, a campainha
e, silenciosa, a porta se abrirá.
E um ser, que nunca viste, em um sorriso
triste, te abraçará com seu maior carinho
e há de dizer-te para teu assombro:
- Não te assustes de mim, que sofro a tanto!
Quero chorar - apenas - no teu ombro
e devorar teus olhos, meu amor…

Mario Quintana

domingo, 24 de setembro de 2017

Nossa Loucura - Mario Quintana

“ Nossa loucura é a mais sensata das emoções;
tudo o que fazemos 
deixamos como exemplo
para os que sonham um dia 
serem assim como nós:
LOUCOS
…mas FELIZES !!! “

domingo, 11 de junho de 2017

Alquimia - Mario Quintana

Naquela mistura
fumegante e colorida
que a pá não pára de agitar
vê-se o infinito olhar de um morimbundo
o primeiro olhar de um primeiro amor
um trem a passar numa gare deserta
uma estrela remota um pincenez perdido
o sexo do outro sexo
a mágica de um santo carregando sua própria cabeça
e de tudo finalmente
evola-se o poema daquele dia
que fala em coisa muito diferente…


Mário Quintana
Quadro Empress Elisabeth of Austria in Courtly Gala Dress with Diamond Stars (detail), 1865, 
Por Franz Xaver Winterhalter (German, 1805–1873).

sábado, 25 de março de 2017

Confissão - Mario Quintana


Que esta minha paz e este meu amado silêncio, não iludam a ninguém.

Não é a paz de uma cidade bombardeada e deserta, nem tampouco a paz compulsória dos cemitérios.

Acho-me relativamente feliz porque nada de exterior me acontece… mas, em mim, na minha alma, pressinto que vou ter um terremoto!

quinta-feira, 16 de março de 2017

O Luar - Mario Quintana

O luar,
é a luz do Sol que está sonhando.

O tempo não pára!
A saudade é que faz as coisas pararem no tempo...

...os verdadeiros versos não são para embalar,
mas para abalar...

A grande tristeza dos rios é não poderem levar a tua imagem...

sexta-feira, 3 de março de 2017

Quem ama inventa - Mario Quintana

Quem ama inventa as coisas a que ama…
Talvez chegaste quando eu te sonhava.
Então de súbito acendeu-se a chama!
Era a brasa dormida que acordava…

E era um revoo sobre a ruinaria,
No ar atônito bimbalhavam sinos,
Tangidos por uns anjos peregrinos
Cujo dom é fazer ressurreições…

Um ritmo divino? Oh! Simplesmente
O palpitar de nossos corações
Batendo juntos e festivamente,
Ou sozinhos, num ritmo tristonho…

Ó! meu pobre, meu grande amor distante,
Nem sabes tu o bem que faz à gente
Haver sonhado… e ter vivido o sonho!

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Um dia - Mario Quintana

Um dia descobrimos que se apaixonar é inevitável…

Um dia percebemos que as melhores provas de amor são as mais simples…

Um dia percebemos que o comum não nos atrai…

Um dia saberemos que ser sempre o bonzinho não é bom…

Um dia perceberemos que a pessoa que te desdenha é a que mais pensa em você… Um dia saberemos a importância da frase: “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas…”

Um dia percebemos que somos muito importantes para alguém mas não damos valor a isso…

Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com uma outra pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquele alguém que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente não é o alguém da sua vida. Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você. O segredo é não correr atrás das borboletas… é cuidar do jardim para que elas venham até você. No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você…

Enfim, um dia descobrimos que apesar de viver quase 100 anos, esse tempo todo não é suficiente para realizarmos todos os nossos sonhos, para dizer tudo o que tem de ser dito… Então, ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida ou lutamos para realizar todas as nossas loucuras…

Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação.

Mário Quintana
O Prince conhece e reconhece Mário Quintana

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Noturno - Mario Quintana

Não sei por que, sorri de repente
E um gosto de estrela me veio na boca…

Em penso em ti, em Deus, nas voltas inumeráveis
que fazem os caminhos…
Em Deus, em ti, de novo…
Tua ternura tão simples…

Eu queria, não sei por que, sair correndo descalço pela noite imensa
E o vento da madrugada me encontraria morto junto de um arroio,

Com os cabelos e a fronte mergulhados na água límpida…
Mergulhados na água límpida, cantante e fresca de um arroio!



Mário Quintana

sábado, 31 de dezembro de 2016

No ano passado - Mario Quintana

Já repararam como é bom dizer 

"O ano passado"? 

É como quem já tivesse atravessado um rio, deixando tudo na outra margem...Tudo sim, tudo mesmo! Porque, embora nesse "tudo" se incluam algumas ilusões, a alma está leve, livre, numa extraordinária sensação de alívio, como só se poderiam sentir as almas desencarnadas. 

"Na Itália, quando soarem os sinos à meia-noite, todo mundo atirará pelas janelas as panelas velhas e os vasos rachados".

Ótimo! O meu ímpeto, modesto mas sincero, foi atirar-me eu próprio pela janela...

Atirei-me, pois, metaforicamente, pela janela do tricentésimo-sexagésimo-quinto andar do ano passado. 

Morri? 

Não... Ressuscitei!

Mário Quintana


Em vez de dizer o novo ano será melhor...
Diga e seja você mesmo uma pessoa melhor!
Feliz Você Novo

Prince Cristal

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Se eu fosse um padre - Mario Quintana

Se eu fosse um padre, eu, nos meus sermões, não falaria em Deus nem no pecado muito menos no Anjo Rebelado 
e os encantos das suas seduções. 

Não citaria santos e profetas: 
nada das suas celestiais promessas 
ou das suas terríveis maldições... 
Se eu fosse um padre eu citaria os poetas, 

Rezaria seus versos, 
os mais belos, 
desses que desde a infância me embalaram 
e quem me dera que alguns fossem meus! 

Porque a poesia purifica a alma 
...e um belo poema 
- ainda que de Deus se aparte - 
um belo poema sempre leva a Deus! 

Mario Quintana

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Canção do amor imprevisto - Mario Quintana

Eu sou um homem fechado.
O mundo me tornou egoísta e mau.
E a minha poesia é um vício triste,
Desesperado e solitário
Que eu faço tudo por abafar.

Mas tu apareceste com a tua boca fresca de madrugada,
Com o teu passo leve,
Com esses teus cabelos...

E o homem taciturno ficou imóvel, sem compreender
nada, numa alegria atônita...

A súbita, a dolorosa alegria de um espantalho inútil
Aonde viessem pousar os passarinhos.


Mario Quintana

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Me leva - Mario Quintana

Me leva... por caminhos de amor e prazer.
Se inflame na chama do meu corpo.

Me sufoca
Me enrosca
De forma natural se entregue
Me Pega
Me laça
Me abraça
Vem me induzir aos seus anseios e aos meus desejos tão loucos que aos poucos vão nos consumindo de tanto amor e prazer.

Eu quero seu amor a qualquer preço quero que você me tenha por inteiro.

Quero seus beijos ardentes, tão doces... tão quentes... e me embriagar no perfume do seu corpo para que possamos viajar nesse amor tão bonito.

Mario Quintana

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Eu escrevi um poema triste - Mario Quintana

Eu escrevi um poema triste
E belo,
apenas da sua tristeza.

Não vem de ti essa tristeza
Mas das mudanças do Tempo,
Que ora nos traz esperanças
Ora nos dá incerteza…

Nem importa, ao velho Tempo,
Que sejas fiel ou infiel…
Eu fico, junto à correnteza,

Olhando as horas tão breves…
E das cartas que me escreves
Faço barcos de papel!

Mário Quintana

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Canção do dia de sempre - Mario Quintana

Tão bom viver dia a dia…
A vida assim, jamais cansa…

Viver tão só de momentos
Como estas nuvens no céu…

E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência… esperança…

E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.

Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.

Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!

E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas…