No ar da noite a madrugar
Há uma solidão imensa
Que tem por corpo o frio do ar.
Neste momento insone e triste
Em que não sei quem hei de ser,
Pesa-me o informe real que existe
Na noite antes de amanhecer.
Tudo isto me parece tudo.
E é uma noite a ter um fim
Um negro astral silêncio surdo
E não poder viver assim.
(Tudo isto me parece tudo.
Mas noite, frio, negror sem fim,
Mundo mudo, silêncio mudo -
Ah, nada é isto, nada é assim!)
Fernando Pessoa
2 comentários:
Fernando Pessoa é meu poeta preferido indo e voltando \o/ Ainda hoje em uma livraria me deparei com "Livro do Desassossego"... lindo, profundo e lirico... a falta de dinheiro me impedio de adcionar ele a minha biblioteca, mas é um praser conferir esses versos por aqui!!!
Começar a semana com Fernando Pessoa é sempre um bom começo!!!
Saudades de vir por aqui...
beijos!
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