quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Bela e o Dragão - Mario Quintana

As coisas que não têm nome assustam, escravizam-nos, devoram-nos...
Se a bela faz de ti gato e sapato, chama-lhe, por exemplo, A BELA DESDENHOSA.

E ei-la rotulada, classificada, exorcizada, simples marionete agora, com todos os gestos perfeitamente previsíveis, dentro do seu papel de boneca de pau.

E no dia em que chamares a um dragão de JOLI, o dragão te seguirá por toda parte como um cachorrinho...

Mario Quintana
Sapato Florido, 1948

Um comentário:

Roséli disse...

Belo poema, Prince ...
Certíssimo o Quintana: as palavras, os nomes dão vida ás coisas e ao mundo ....
Há tempos não te visitava ... Está ótimo o blog ...
bj