sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Desamparo - Cecilia Meireles


Digo-te que podes 
ficar de olhos fechados sobre o meu peito,
porque uma ondulação maternal de onda eterna
te levará na exata direção do mundo humano.

Mas no equilíbrio do silêncio,
no tempo sem cor e sem número,
pergunta a mim mesmo o lábio do meu pensamento:
quem é que me leva a mim, 
que peito nutre a duração desta presença,
que música embala a minha música que te embala,
a que oceano se prende e desprende
a onda da minha vida, 
em que estás como rosa ou barco...?

3 comentários:

Anônimo disse...

Bem vindo meu amigo, e que retorno com esse lindo texto.
bjocas

Anônimo disse...

Bem vindo meu amigo, e que retorno com esse lindo texto.
bjocas

Daniela disse...

Que poema lindo! Você seleciona com os olhos do coração! Beijos!