sábado, 18 de março de 2017

Passagem das horas - Fernando Pessoa

Trago dentro do meu coração,
Como num cofre que não pode fechar de cheio,
Todos os lugares onde estive,
Todos os portos a que cheguei,
Todas as paisagens que vi
através das janelas ou vigias,
Ou de tombadilhos, sonhando,
E tudo isso, que é tanto,
é pouco para o que eu quero.


Fernando Pessoa
em 22/5/1916

Um comentário:

Daniela disse...

Ler esse poema traz uma sensação boa das coisas leves que vivo!