Para falar aos deuses mortos.
A janela que falta ao teu palácio deita
Para o Porto todos os portos.
Faísca da ideia de uma voz soando
Lírios nas mãos das princesas sonhadas,
Eu sou a maré de pensar-te, orlando
A Enseada todas as enseadas.
Brumas marinhas esquinas de sonho…
Janelas dando para o Tédio os charcos…
E eu fito o meu Fim que me olha, tristonho,
Do convés do Barco todos os barcos…
Fernando Pessoa
2 comentários:
Lindo poema de Pessoa ilustrado por você!
Você é um homem sábio, Prince! Os poemas são belíssimos! Fernando Pessoa fala de um fim com muita maestria e arte! Beijos!
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