domingo, 2 de abril de 2017

Vinte Poemas de Amor nº 2 - Pablo Neruda

Na sua chama mortal 
te envolve a luz.

Absorta, pálida do assim postada contra as velhas hélices do crepúsculo que em torno de ti dá voltas.

Muda, minha amiga, sozinha na solidões desta hora de mortes e cheia das vidas do fogo, herdeira pura do dia destruído.

Do sol desabam uvas no teu vestido escuro.

Da noite as grandes raízes crescem de súbito na tua alma, e ao exterior regressam as coisas em ti ocultas, de modo que um povo pálido e azul de ti recém-nascido se alimenta.

Ó grandiosa e fecunda e magnética escrava do círculo que em negro e doirado acontece: erguida, tenta e alcança uma criação tão viva que morrem suas flores, e cheia é de tristeza.

4 comentários:

Anônimo disse...

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Anônimo disse...

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