A minha Dor é um convento ideal
Cheio de claustros, sombras, arcarias,Aonde a pedra em convulsões sombrias
Tem linhas dum requinte escultural.
Os sinos têm dobres de agonias
Ao gemer, comovidos, o seu mal…
E todos têm sons de funeral
Ao bater horas, no correr dos dias…
A minha Dor é um convento. Há lírios
Dum roxo macerado de martírios,
Tão belos como nunca os viu alguém!
Nesse triste convento aonde eu moro,
Noites e dias rezo e grito e choro,
E ninguém ouve…
ninguém vê…
ninguém…
Florbela Espanca
3 comentários:
Tem uma coisinha pra voce no meu blog dá uma passadinha la! Boa tarde
http://deseosdiamore.blogspot.com/
Gosto tanto dos sonetos de Florbela. Sua tristeza é tão comovente que chega a me doer bem lá no escondidinho de mim.
bjs
Rossana
O que seria de nós se não fossem as dores??!! Mas, que bom que existem os poetas que curam todas as dores da alma!!
Postar um comentário