As caricias do olhar são as mais adoráveis,
chegam ao fundo da alma, aos limites do Ser,
e libertam assim segredos inefáveis
de outro modo em silencio, a sem ninguém saber.
Os beijos puros são grosseiros junto a elas,
mais que qualquer palavra o seu falar é forte,
nada exprime melhor, no mundo, as coisas belas
que passam num momento, em efémera sorte.
Quando a idade envelhece a boca em seu sorrir
que as rugas vão marcando aos poucos de amargura,
intacta ainda mantém sua límpida ternura.
Feitas para inebriar, consolar, seduzir,
guardam toda a doçura, e os ardores e o encanto!
Que outra caricia em luz trespassa o nosso pranto?
Auguste Angellier
1848 / 1911
Um comentário:
Muito bonito! Não conhecia! Seu blog é um presente!
Postar um comentário