terça-feira, 26 de julho de 2011

Soneto 96 - William Shakespeare

De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça.

Amor não é amor
se quando encontra obstáculos se altera ou se vacila ao mínimo temor.

Amor é um marco eterno, dominante,
que encara a tempestade com bravura;
é astro que norteia a vela errante
cujo valor se ignora, lá na altura.

Amor não teme o tempo, muito embora
seu alfanje não poupe a mocidade;
amor não se transforma de hora em hora, antes se afirma, para a eternidade.

Se isto é falso, e que é falso alguém provou, eu não sou poeta, e ninguém nunca amou.

Quadro de Bouguereau
Psyche et LAmour 1889 

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