Não me tires a rosa, a lança que desfolhas, a água que de súbito brota da tua alegria, a repentina onda de prata que em ti nasce.
A minha luta é dura e regresso com os olhos cansados às vezes por ver que a terra não muda, mas ao entrar teu riso sobe ao céu a procurar-me e abre-me todas as portas da vida.
Meu amor, nos momentos mais escuros solta o teu riso e se de súbito vires que o meu sangue mancha as pedras da rua, ri, porque o teu riso será para as minhas mãos como uma espada fresca.
À beira do mar, no outono, teu riso deve erguer sua cascata de espuma, e na primavera, amor, quero teu riso como a flor que esperava, a flor azul, a rosa da minha pátria sonora.
Ri-te da noite, do dia, da lua, ri-te das ruas tortas da ilha, ri-te deste grosseiro rapaz que te ama, mas quando abro os olhos e os fecho, quando meus passos vão, quando voltam meus passos, nega-me o pão, o ar, a luz, a primavera, mas nunca o teu riso, porque então morreria.
Pablo Neruda
5 comentários:
Adorei seu blog, você transmite ao mesmo tempo força e suavidade,
inteligência com sensibilidade.
Parabéns e um abraço carinhoso.
*Juli*
Bebê,
Existe sempre uma maneira nova de ver e sentir as coisas. Você está me mostrando isso.
Um beijão da sua fã especial,
Ana.
Oi Mano,
Esse poema é muito especial!Vc seleciona muito bem o conteúdo do seu blog,tem bastante sensibilidade...Parabéns!!!!!!!!!
Bjs!!!!!!!!!!
Lia.
Adoro seu blog, poesias e imagens.
Quero conhecer voce, pois com certeza é um Príncipe.
Beijos
Sempre me encanto com os poemas de Pablo Neruda! O sorriso é a luz da alma! Amo poesias! As suas escolhas são perfeitas!
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