domingo, 30 de abril de 2017

Vinte Poemas de Amor nº 12 - Pablo Neruda

Para o meu coração basta o teu peito
para a tua liberdade as minhas asas.

Da minha boca chegará até ao céu
o que dormia sobre a minha alma. 

És em ti a ilusão de cada dia.
Como o orvalho tu chegas às corolas.

Minas o horizonte com a tua ausência.

Eternamente em fuga como a onda.
Eu disse que no vento ias cantando
como os pinheiros e como os mastros.

Como eles tu és alta e taciturna.
E ficas logo triste, como uma viagem.

Acolhedora como um velho caminho.
Povoam-te ecos e vozes nostálgicas.

Eu acordei e às vezes emigram e fogem
pássaros que dormia na tua alma


Pablo Neruda
do livro 20 poemas de amor

Um comentário:

Daniela disse...

O que seria de cada um de nós se não tivéssemos um mundo de sonhos dentro de nós, pois assim a cada vez que a realidade doer demais, os sonhos cuidam das feridas que despertam!!! Beijinho!!!