domingo, 16 de julho de 2017

Último Poema - Manuel Bandeira


Assim eu quereria o meu último poema ...

Que fosse terno dizendo as coisas 
mais simples e menos intencionais 

Que fosse ardente como um soluço 
sem lágrimas

Que tivesse a beleza das flores 
quase sem perfume 

A pureza da chama em que se consomem 
os diamantes mais límpidos 

A paixão dos suicidas 
que se matam sem explicação. 

Manuel Bandeira

Um comentário:

Anônimo disse...

é bonito
e tão simples