quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Budismo Tibetano

Quem se interessa pelo Budismo? 
Uma filosofia de vida ou religião? 

Um texto longo para quem tem pressa ou curto para quem tem sede de autoconhecimento.

Se quiser conferir, garanto que a história contada pelo Prince Cristal que é Cristão, e não Budista, é interessante!


Em 534 a.C. um jovem príncipe hindu, provavelmente de ascendência mongólica,chamado Siddartha Gautama ,mais tarde, denominado — Buda, o Iluminado — depois de presenciar a morte e o sofrimento humano, tomou uma decisão suprema. Abandonou tudo: a mulher, o filho recém-nascido, a opulência do seu lar e saiu para meditar sobre o sentido da vida.

Cavalgando o seu cavalo branco Kanthaka atravessou o rio que separava o seu principado para nunca mais voltar. Por este ato espiritual foi considerado um herói máximo para a cultura de sua terra. Esta peregrinação foi longa e dolorosa. Inicialmente, rumou para uma floresta, onde, na solidão da natureza, começou a procurar a solução para os problemas da vida.

Não estando, porém, satisfeito, desceu para os vales sagrados do Ganges em busca de ajuda dos sábios que habitavam suas margens. Apesar da boa vontade, os ensinamentos destes mestres se mostraram insuficientes para o que queria: entender o significado da vida e achar uma solução para a angústia e o vazio da mesma. Despediu-se e continuou viagem, inquieto ainda com tais problemas.

Cinco ascetas do Ganges o acompanharam nesta nova fase. Ingressou, então, na escola do ascetismo, segundo a qual a purificação da consciência e a libertação final do sofrimento podem ser alcançados mediante uma mortificação e autoflagelação do corpo para que o espírito viva. Foi tão extremamente zeloso em mortificar o corpo, durante seis anos, que chegou às portas da morte e ainda muito longe do seu objetivo: a paz e a serenidade interior e o reto caminho da vida.

Por isto, abandonou todas as durezas contra o corpo, deixou o jejum de lado e passou a buscar o que pretendia por outro método. Escandalizados com esta mudança, seus cincos companheiros o abandonaram. Ele seguiu.

Sua última peregrinação foi o caminho da meditação, da volta metódica e refletida para dentro de si mesmo para se auto-encontrar e para perceber, de maneira diferente, a realidade interna.

Buda, sentado de pernas cruzadas, com a respiração tecnicamente realizada, sentou-se debaixo de uma árvore, às margens do rio Naranja. Depois de afastar todas as preocupações e idéias negativas, chegou a um intenso grau de concentração interior, obtendo o que ele chamou de unificação da mente (samatha). Volte e contemple a imagem acima.

Através desta concentração 
4 verdades fundamentais:

1 - A essência do mundo humano é o sofrimento.

2 - A mente humana está estruturada em termos de sofrimento. 

3 - A origem do sofrimento é o desejo, apego às próprias necessidades, às próprias idéias, ao que se julga ser a vida. 

4 - A libertação do sofrimento é possível mediante o domínio dos desejos, dos apegos, até a obtenção de sua extinção.Esta extinção dos desejos e do sofrimento é o que se chama de Nirvana.

Sua iluminação visualizou tudo a partir destas quatro verdades: eis a realidade da vida e a solução para seus problemas. O Nirvana seria a eterna tranqüilidade da natureza que segue imperturbavelmente suas leis eternas.

Dois meses depois desta iluminação, comunicou aos cinco companheiros e amigos o resultado obtido. Rumou para Benares, onde estavam, e ensinou-lhes que para chegar à verdade e à realização das quatro grandes verdades fundamentais era necessária uma preparação, uma metodologia que ele chamou:


Oito etapas para as quatro verdades:



1 - Uma visão reta do mundo e das coisas. Só a meditação a dá.

2 - Pensamento reto, controle das idéias e desejos.

3 - Palavra reta, de acordo com o pensamento (reto).

4 - Vida reta, de acordo com a sabedoria das idéias contidas no pensamento. Isto é muito difícil! Geralmente pensa-se de um modo e vive-se de outro.

5 - Ação reta.


6 - Trabalho reto (esforço), profissão reta.

7 - Conhecimento reto implicando em boa instrução e boa ciência.

8 - Meditação reta, como chave de tudo, como fonte conhecedora de nós e auto-reguladora de nossas desordens.


O sofrimento, a insatisfação, os conflitos enfim, são a enfermidade, o desejo ou a raiz da doença.

Pela remoção ou equilíbrio do desejo, elimina-se a doença.

É este o caminho da cura.

Um comentário:

Daniela disse...

O conhecimento de si mesmo, a cura interior, a autoaceitacao são caminhos que tornamos difíceis pela dor e pelo sofrimento. Prince, amigo, que texto maravilhoso que me deixou inquieta aqui! Irei lê-lo várias vezes. Beijos.