Amar um passarinho é coisa louca.
Gira livre na longa azul gaiola que o peito me constringe, enquanto a pouca liberdade de amar logo se evola.
É amor meação? pecúlio? esmola?
Uma necessidade urgente e rouca de no amor nos amarmos se desola em cada beijo que não sai da boca.
O passarinho baixa a nosso alcance, e na queda submissa um voo segue, e prossegue sem asas, pura ausência, outro romance ocluso no romance.
Por mais que amor transite ou que se negue, é canto(não é ave) sua essência.
Gira livre na longa azul gaiola que o peito me constringe, enquanto a pouca liberdade de amar logo se evola.
É amor meação? pecúlio? esmola?
Uma necessidade urgente e rouca de no amor nos amarmos se desola em cada beijo que não sai da boca.
O passarinho baixa a nosso alcance, e na queda submissa um voo segue, e prossegue sem asas, pura ausência, outro romance ocluso no romance.
Por mais que amor transite ou que se negue, é canto(não é ave) sua essência.
Carlos Drummond de Andrade
3 comentários:
muito lindo... o tempo é o dono de todas as verdades...ele é o dono do futuro !!!
É tão sublime ler os poemas de Drummond, imaginando a perfeição de suas palavras em nosso dia-a-dia.
Entrei aqui por acaso e adorei seu blog! Parabéns!
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