domingo, 30 de outubro de 2016

Qual é a razão? - Prince Cristal


Vez ou outra essa pergunta é feita : 
Qual é a razão do Prince Cristal? 

Segundo o Iluminismo a razão não é um conteúdo fixo, mas muito mais uma faculdade que só se pode compreender plenamente em seu exercício e explicação. Dito isto esclareço que não ter uma razão é o principio da minha ação por aqui, mas existe um sentido por trás desse nome.  Prince Cristal traz a mesma dualidade do Yin Yang, o símbolo do blog. O símbolo que representa a integração Yin Yang é denominado o diagrama do Tai Chi.

Segundo esta filosofia, duas forças complementares compõem tudo que existe, e do equilíbrio dinâmico entre elas surge todo movimento e mutação e essa mesma dualidade que trago na alma. O fogo que transforma a água e a água que extingue o fogo. Toda esta realidade dualista nos remete a Deus, ao Uno.

O Prince se constrói sobre o fogo das paixões e impetuosidade. No calor da decisão e da atitude, na sensualidade, no máximo prazer, na espada do guerreiro e na coragem do cavaleiro.

O Cristal se esconde no fundo escuro das águas azuis e cristalinas do amor e romance. Na pureza da poesia e nas sem razões de todas as sentimentalidades.

É um personagem construído no conflito de Egos e na completa neutralização deles não havendo qualquer hierarquia entre os dois
.

Prince é a reflexão do lado Yang
Cristal é o sentido do lado Yin.

Sou o contraste entre
o material e o o espiritual,
o sensível e o rude,
o sonhador e o prático,
o erótico e o o sensual,
a poesia e a realidade, 
o cafajeste e o romântico...

Controlo meus desejos,
Sucumbo as minhas paixões,
Penso rápido,
Ajo com sutileza.

Me procuro e não acho,
pois ando nos dois mundos.
Estou no seu espelho 
e você está no meu.

Vivo em tempos diferentes
da minha existência.
Aprecio o que foi, 
o que é e o que virá.
Minha perspectiva é o agora.

Passada a dualidade, surge a perspectiva. A perspectiva é encontrada pela atividade mental, até chegar a uma fonte mais profunda que guia minha interação pessoal com o universo . 

Ao perceber que todas as coisas (inclusive nós mesmos) são interdependentes e constantemente redefinidas pela mudança das circunstâncias, passo a ver todas as coisas como elas são, e a nós mesmos como apenas uma parte do momento presente. 

Esta compreensão da unidade me leva a uma apreciação dos fatos da vida e do nosso lugar neles como simples momentos miraculosos que "apenas são", por isso procuro agir de acordo com a natureza, e com sutileza, controlando meus desejos e não fugindo de minhas verdades...

"Algumas pessoas olham o mundo e perguntam: Porque? Eu penso em coisas que nunca existiram e pergunto: Porque não?" George B. Shaw

O texto acima não inclue qualquer juízo de valor
e não é relato de minha vida pessoal.

sábado, 29 de outubro de 2016

Livro do desassossego - Trecho 193 - Fernando Pessoa


Sou, em grande parte, a mesma prosa que escrevo. 
[...] 
Tornei-me uma figura de livro, uma vida lida.

O que sinto é (sem que eu queira)sentido para se escrever que se sentiu.

O que penso está logo em palavras, misturado com imagens que o desfazem, aberto em ritmos que
são outra coisa qualquer. De tanto recompor-me destruí-me.

De tanto pensar-me, sou já meus pensamentos mas não eu. Sondei-me e deixei cair a sonda; vivo a pensar se sou fundo ou não, sem outra sonda agora senão o olhar que me mostra, claro a'negro no espelho do poço alto, meu próprio rosto que me contempla contemplá-lo.


Trecho 193, datado de 2/9/1931, do Bernardo Soares
 o guarda livros criado pelo Fernando Pessoa...
que nunca confessou mas ele contava o seu próprio ser, porque é a paisagem mais próxima, mais sua e mais real e me ajuda a entender a mim mesmo.

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

The Divine World by Kahlil Gibran

O ícone pancultural do Olho-na-Mão manifesta a ligação integral e interativa entre duas funções humanas essenciais: sensação/observação (o olho) e ação(a mão). Juntas, estas duas habilidades, representam a condensação simbólica e mais eficaz dos ideais da existência humana - onisciente (todo-saber) e onipotente (todo-poderoso) - em um ícone de duas partes muito simples: o olho na mão.

Este quadro "The Divine World" foi uma visão e obra prima de Gibran em 1908.

O Libanês Gibran Kahlil Gibran (Assim assinava em árabe): escritor, pintor, artista e poeta... influenciou de modo extraordinário a vida de milhões de pessoas, fazendo chegar ao mundo uma mensagem de amor, reconciliação, de tolerância e de paz, de fraternidade, de perdão e auxílio mútuo. 

Alguns pensamentos de Gibran...

A borboleta continuará a pairar sobre o campo e as gotas de orvalho ainda brilharão sobre a relva quando as pirâmides do Egito estiverem destruídas e não mais existirem os arranha-céus de Nova York.

Ninguém pode conviver sozinho com a beleza que é capaz de perceber. E quanto a nós, que buscamos o absoluto, e que construímos um jardim usando a nossa própria solidão, a vida nos deixou a imensa paixão para aproveitar cada instante, com toda a intensidade.

Eu estou vivo como você. E de pé a seu lado. Feche os olhos e olhe ao redor, e me verá.

O pecado não existe, exceto na medida em que o criamos. Somos nós, portanto, que devemos destruí-lo. Se escolhermos fazer o mal, ele existirá até que o destruamos. O bem não podemos fazê-lo, pois ele é o próprio alento do Universo; mas podemos escolher respirar e viver nele e com ele.

Leia "O Profeta"

domingo, 23 de outubro de 2016

Quando Nietzsche Chorou

Esta é uma envolvente mescla de fato e ficção, um drama de amor, fé e vontade tendo por pano de fundo o fermento intelectual da Viena do século XIX às vésperas do nascimento da psicanálise.

Friedrich Nietzsche, o maior filósofo da Europa... 

Josef Breuer, um dos pais da psicanálise... 

Um pacto secreto...

Um jovem médico interno de hospital chamado Sigmund Freud.

Esses elementos se combinam para criar a saga inesquecível de um relacionamento imaginário entre um extraordinário paciente e um terapeuta talentoso. 

Na abertura deste romance irresistível, a inatingível Lou Salomé roga a Breuer que ajude a tratar o desespero suicida de Nietzsche mediante sua experimental terapia através da conversa. 

Ao aceitar relutante a tarefa, o eminente médico realiza uma grande descoberta: somente encarando seus próprios demônios internos poderá começar a ajudar seu paciente. 

Assim, dois homens brilhantes e enigmáticos mergulham nas profundezas de suas próprias obsessões românticas e descobrem o poder redentor da amizade.

sábado, 22 de outubro de 2016

Felicidade é experimentar - Prince Cristal

Viver é experimentar. 

Deito em águas calmas. 
Sempre me deixando levar. 
Não me agarrando a pedras. 

Sobrevivi às turbulentas. 

Amigos poucos...
mas verdadeiros. 
Quase amigos, muitos... 
Inimigos, raros. 
No final... 
Todos preciosos e caros. 

Amar é o elixir. 
Desejo é o aroma. 
Felicidade é experimentar!

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Sonetos de William Shakespeare by Prince Cristal

Os Sonetos de Shakespeare 

Perfazem um conjunto de 154 poemas, Embora as datas de composição sejam imprecisas.

Esta capa é da publicação original de 1609. Escolhi os que considero mais interessantes para você e confesso que essa leitura requer mais do que tempo... requer Alma...

Prince Cristal
Soneto 15
Quando penso que tudo o quanto cresce
Só prende a perfeição por um momento,
Que neste palco é sombra o que aparece
Velado pelo olhar do firmamento;
Que os homens, como as plantas que germinam,
Do céu têm o que os freie e o que os ajude;
Crescem pujantes e, depois, declinam,
Lembrando apenas sua plenitude.
Então a idéia dessa instável sina
Mais rica ainda te faz ao meu olhar;
Vendo o tempo, em debate com a ruína,
Teu jovem dia em noite transmutar.
Por teu amor com o tempo, então, guerreio,
E o que ele toma, a ti eu presenteio.

Soneto 17
Se te comparo a um dia de verão
És por certo mais belo e mais ameno
O vento espalha as folhas pelo chão
E o tempo do verão é bem pequeno.
Ás vezes brilha o Sol em demasia
Outras vezes desmaia com frieza;
O que é belo declina num só dia,
Na terna mutação da natureza.
Mas em ti o verão será eterno,
E a beleza que tens não perderás;
Nem chegarás da morte ao triste inverno:
Nestas linhas com o tempo crescerás.
E enquanto nesta terra houver um ser,
Meus versos vivos te farão viver.
Soneto 23
Como no palco o ator que é imperfeito
Faz mal o seu papel só por temor,
Ou quem, por ter repleto de ódio o peito
Vê o coração quebrar-se num tremor,
Em mim, por timidez, fica omitido
O rito mais solene da paixão;
E o meu amor eu vejo enfraquecido,
Vergado pela própria dimensão.
Seja meu livro então minha eloqüência,
Arauto mudo do que diz meu peito,
Que implora amor e busca recompensa
Mais que a língua que mais o tenha feito.
Saiba ler o que escreve o amor calado:
Ouvir com os olhos é do amor o fado.

Soneto 28
Como voltar alegre ao meu labor
Se não tenho a vantagem da dormida?
Se o dia tem na noite um opressor,
E a noite pelo dia é oprimida?
Mesmo inimigos ambos se mostrando,
Os dois se unem pra me torturar;
Por meu labor de ti só me afastar.
Que tu brilhas por ele eu digo ao dia,
E o alegras, se o céu fica nublado.
Mas bajulo da noite a tez sombria:
Sem astros, tu lhe dás teu tom dourado.
Mas os dias só trazem dissabores,
E as noites fortalecem minhas dores.
Soneto 29
Quando, malquisto da fortuna e do homem,
Comigo a sós lamento o meu estado,
E lanço aos céus os ais que me consomem,
E olhando para mim maldigo o fado;
Vendo outro ser mais rico de esperança,
Invejando seu porte e os seus amigos;
Se invejo de um a arte, outro a bonança,
Descontente dos sonhos mais antigos;
Se, desprezado e cheio de amargura,
Penso um momento em vós logo, feliz,
Como a ave que abre as asas para a altura,
Esqueço a lama que o meu ser maldiz:
Pois tão doce é lembrar o que valeis
Que está sorte eu não troco nem com reis.

Soneto 30
Quando à corte silente do pensar
Eu convoco as lembranças do passado,
Suspiro pelo que ontem fui buscar,
Chorando o tempo já desperdiçado,
Afogo olhar em lágrima, tão rara,
Por amigos que a morte anoiteceu;
Pranteio dor que o amor já superara,
Deplorando o que desapareceu.
Posso então lastimar o erro esquecido,
E de tais penas recontar as sagas,
Chorando o já chorado e já sofrido,
Tornando a pagar contas todas pagas.
Mas, amigo, se em ti penso um momento,
Vão-se as perdas e acaba o sofrimento
Soneto 35
Não chores mais o erro cometido;
Na fonte, há lodo; a rosa tem espinho;
O sol no eclipse é sol obscurecido;
Na flor também o inseto faz seu ninho;
Erram todos, eu mesmo errei já tanto,
Que te sobram razões de compensar
Com essas faltas minhas tudo quanto
Não terás tu somente a resgatar;
Os sentidos traíram-te, e meu senso
De parte adversa é mais teu defensor,
Se contra mim te excuso, e me convenço
Na batalha do ódio com o amor:
Vítima e cúmplice do criminoso,
Dou-me ao ladrão amado e amoroso.

Soneto 53
De que substância foste modelado,
Se com mil vultos o teu vulto medes?
Tantas sombras difundes, enfeixado
Num ser que as prende, e a todas sobre excedes;
Adônis mesmo segue o teu modelo
Em vã, esmaecida imitação;
A face helênica onde pousa o belo
Ganhou em ti maior coloração;
A primavera é cópia desta forma,
A plenitude és tu, em que consiste
O ver que toda graça se transforma
No teu reflexo em tudo quanto existe:
Qualquer beleza externa te revela
Que a alma fiel em ti acha mais bela.
Soneto 59
Se nada é novo, e o que hoje existe
Sempre foi, por falha a nossa mente
E, se esforçando por criar, insiste,
Parindo o mesmo filho novamente!
Que do passado houvesse uma mensagem,
Já com mais de quinhentas translações,
Mostrando em livro antigo a sua imagem
Quando a escrita mal tinha convenções!
Para eu ver o que então diria o mundo
Da maravilha dessa sua forma;
Se nós ou eles vamos mais ao fundo,
Ou se a revolução nada reforma.
Estou certo que os sábios do passado
A alvo pior tenham louvado.

Soneto 65

Se bronze, pedra, terra, mar sem fim
Estão sob o jugo da mortalidade,
Como há de o belo enfrentar fúria assim
Se, como a flor, é só fragilidade?
Como há de o mel do estio respirar
Frente o cerco dos dias, que é implacável,
Se nem rochas o podem enfrentar
Nem porta de aço ao Tempo é impermeável?
Diga-me onde, horrível reflexão,
Pode o belo do Tempo se ocultar?
Seu passo é retardado por que mão?
Quem pode a ruína do belo evitar?
Só se eu este milagre aqui fizer
E a tinta ao meu amor um brilho der.
Soneto 71
Quando eu morrer não chores mais por mim
Do que hás de ouvir triste sino a dobrar
Dizendo ao mundo que eu fugi enfim
Do mundo vil pra com os vermes morar.
E nem relembres, se estes versos leres,
A mão que os escreveu, pois te amo tanto
Que prefiro ver de mim te esqueceres
Do que o lembrar-me te levar ao pranto.
Se leres estas linhas, eu proclamo,
Quando eu, talvez, ao pó tenha voltado,
Nem tentes relembrar como me chamo:
Que fique o amor, como a vida, acabado.
Para que o sábio, olhando a tua dor,
Do amor não ria, depois que eu me for.

Soneto 73

Em mim tu vês a época do estio
Na qual as folhas pendem, amarelas,
De ramos que se agitam contra o frio,
Coros onde cantaram aves belas.
Tu me vês no ocaso de um tal dia
Depois que o Sol no poente se enterra,
Quando depois que a noite o esvazia,
O outro eu da morte sela a terra.
Em mim tu vês só o brilho da pira
Que nas cinzas de sua juventude
Como em leito de morte agora expira
Comido pelo que lhe deu saúde.
Visto isso, tens mais força para amar
E amar muito o que em breve vais deixar.
Soneto 91
Alguns cantam seu berço, alguns talento,
Alguns riqueza, alguns seu corpo são,
Alguns as vestes, mesmo de um momento,
Alguns o seu falcão, cavalo ou cão;
Toda emoção traz seu próprio prazer,
Que uma grande alegria neste tem;
Mas não sei desse meu gáudio fazer,
Pois eu supero a todos com um só bem.
Mais que berço pra mim é o teu amor,
Mais rico que a riqueza, que tecido,
Maior do que animal é o teu valor;
Tendo a ti sou por tudo envaidecido:
Sou desgraçado só no tu poderes
Levando tudo, infeliz me fazeres.

Soneto 92

Faz teu pior pra mim te afastares,
Enquanto eu viva tu és sempre meu,
Não há mais vida se tu não ficares,
Pois ela vive desse amor que é teu.
Por que hei de temer grande traição
Se tem fim minha vida com a menor;
De vida abençoada eu sou, então,
Por não estar preso ao teu cruel humor.
Tua mente inconstante não me afeta,
Minha vida é ligada à tua sorte;
Como é feliz o fato que decreta
Que sou feliz no amor, feliz na morte!
Porém que graça escapa de temer?
Podes ser falso e eu sequer saber.
Soneto 96
De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça. Amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera
Ou se vacila ao mínimo temor.
Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
È astro que norteia a vela errante
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfanje não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma, para a eternidade.
Se isto é falso, e que é falso alguém provou,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou.

Soneto 107
Medos, nem alma capaz de prever
Os sonhos de porvir do mundo inteiro,
Podem o meu amor circunscrever,
Nem dar-lhe fado triste por certeiro.
A Lua seu eclipse superou,
Os agourentos de si podem rir,
A incerteza agora se firmou,
A paz proclama olivas no porvir.
Com o orvalho dos tempos refrescado
O meu amor a própria morte prende
E em meus versos vivo consagrado,
Enquanto as tribos mudas ela ofende.
Aqui encontrarás teu monumento,
E o bronze dos tiranos vai com o vento.
Soneto 130
Não tem olhos solares, meu amor;
Mais rubro que seus lábios é o coral;
Se neve é branca, é escura a sua cor;
E a cabeleira ao arame é igual.
Vermelha e branca é a rosa adamascada
Mas tal rosa sua face não iguala;
E há fragrância bem mais delicada
Do que a do ar que minha amante exala.
Muito gosto de ouvi-la, mesmo quando
Na música há melhor diapasão;
Nunca vi uma deusa deslizando,
Mas minha amada caminha no chão.
Mas juro que esse amor me é mais caro
Que qualquer outra à qual eu a comparo.

Soneto 137
Que fazes a meus olhos, tolo Amor,
Que eles olham sem ver o que estão vendo?
Sabem o que é beleza, aonde for,
Mas que o melhor é mal ficam dizendo.
Se os olhos corrompidos pelo afeto
Prendem-se ao baio por todos montado,
Por que fizeste ganchos com mentiras
Aos quais meu pensamento fica atado?
Por que meu coração julga ser seu
O terreno que sabe ser de mil
Ou contesta o que viu o olho meu
Tentando tornar belo o rosto vil?
No certo olhar e coração erraram
E pro que é falso os dois se transportaram.
Soneto 148
Ai, ai, que olhos pôs-me o amor no rosto,
Que não se ligam com a real visão!
Se ligam, onde foi o juízo posto
Que ao certo lança falsa acusação?
Se o que meu falso olhar ama é bonito
Que meios tem o mundo pra o negar?
E se o não for, pelo amor fica dito
Que o olhar do mundo vence o de se amar.
Como pode do Amor o olhar ser justo
Se entre vigília e pranto ele se verga?
E nem espanta o olhar errar de susto
Se sem céu claro nem o sol enxerga.
Esperto amor, com pranto a me cegar
Pra cobrir erros quando o amor olhar.

domingo, 16 de outubro de 2016

Estacio, Holly Estacio - Luiz Melodia

Música recomendada pelo Prince Cristal....


Se alguém quer matar-me de amor
que me mate no Estácio
bem no compasso
bem junto ao passo
do passista da escola de samba
do largo do Estácio

Estácio acalma o sentido
dos erros que faço
trago, não traço
faço, não caço
o amor da morena maldita
domingo no espaço

Fico manso e amanso a dor
Hollyday é um dia de paz
solto o ódio, mato o amor
Hollyday eu já não peço mais


Música de Luiz Melodia
Álbum "Pérola negra" de 1973

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Mais do que palavras - Prince Cristal

Qual o melhor caminho para expressar um sentimento?
Muitas vezes usamos as palavras “eu te amo” ou “te adoro” e parece que estamos sempre fazendo algo fora de serie, não acha? mas "palavras apenas" não tenham valor.
O caminho da simplicidade talvez seja o caminho perfeito para encontrar eco no coração de quem gostamos.
Que tal uma atenção muito especial, uma música, um quadro, uma foto ou uma poesia?
A música abaixo além de marcante, explorou este assunto de forma especial pelo grupo Extreme na década de 80. Não preciso de palavras pois são mais do que palavras...
Dizer eu te amo
Não são apenas as palavras
Que quero ouvir de você
Não é que eu não queira
Que você diga
Mas se você apenas soubesse...

Como seria fácil
Mostrar-me como você se sente
Mais que Palavras
É tudo o que você tem que fazer
Para tornar isso real
Daí você não precisaria dizer
Que você me ama
Porque eu já saberia

O que você faria
Se meu coração se partisse em dois?
Mais que Palavras
Para mostrar o que você sente
Que o seu amor por mim é real
O que você diria
Se eu jogasse aquelas palavras fora?
Daí você não poderia
Fazer coisas novas,
Apenas dizendo "EU TE AMO"

Mais que palavras
Mais que palavras

Agora que tentei
Falar com você
E fazer você entender
Tudo o que você tem que fazer
É fechar seus olhos
E só estender suas mãos
E me tocar
Me abraçar apertado
Não me deixa nunca ir embora
Mais que Palavras

É tudo o que eu sempre
Precisei que você mostrasse
Daí você não precisaria dizer
Que me ama
Porque eu já saberia!

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Temptation - Diana Krall


Rusted brandy in a diamond glass
Conhaque envelhecido
em um copo de diamante

Everything is made from dreams
Tudo é feito de sonhos

Time is made from honey; slow and sweet
Tempo é feito de mel;
devagar e doce

Only the fools know what it means
Só os tolos podem entender
o que isso significa

Temptation
Tentação
Temptation
Tentação
Temptation
Tentação
I can't resist
Não consigo resisitir

Well I know that she is made of smoke
Bom, eu sei que ela é feita de fumaça

But I've lost my way
Mas eu perdi minha direção

He knows that I am broke
Ele sabe que eu não tenho um centavo

But I must pay
Mas eu preciso pagar

Dutch pink and Italian blue
Rosa holandês e azul italiano

He is there waiting for you
Ele está esperando por você

My will has disappeared
Minha vontade desapareceu

Now confusion is oh so clear
Agora a confusão é tão clara

domingo, 9 de outubro de 2016

O que realmente IMPORTA? - Prince Cristal

Essa é uma estória especial e antiga. Nos traz uma reflexão sobre uma opção de vida que na maioria das vezes negligenciamos. O que vou recontar aqui se trata apenas de uma versão com as nuances de minha lembrança e imaginação do conto que li a muitos anos atrás quando criança.

Não se trata de uma cópia.
Apenas do que realmente importa...
Existia um reino muito, muito longe nos confins da China antiga. Lá reinava um homem muito sábio e querido pelo seu povo. Já velho, veio a falecer. Assumiu o trono seu filho. Homem de personalidade forte e egoísta, o novo rei Qin.
O tempo passou e ele percebeu que tinha o poder, a vida e a morte daquelas pessoas em suas mãos, era temido! porém não tinha o amor, nem a admiração do seu povo. Isto o amargurava e o deixava muito triste, principalmente porque ele naturalmente se comparava ao seu pai.

O tempo passou e aquela situação se acomodou como um pântano após uma tempestade. Ficaram marcas, mas elas já não eram percebidas.

Aquele jovem príncipe tornara-se um rei doente e sozinho. Locomovia-se com dificuldade. Buscava uma cura ou um lenitivo que pudesse tornar sua vida mais fácil e prazerosa. Trazia curandeiros e especialistas de todos os confins. Tinha muita riqueza. Tinha pouco amor. Tinha muito luxo. Tinha pouca esperança.

Muitos vieram na tentativa de ajudá-lo. Nada conseguiam, Até que um dia, um forasteiro o procurou e disse que a muitas montanhas dali, a muitas luas de viagem ele iria encontrar um eremita, um sábio que poderia ajudá-lo.

Como não tinha conseguido nenhum sucesso com os seus, resolveu arriscar, montou uma caravana e viajaram por longos dias atravessando o deserto de Gobi e as montanhas do Himalaia.

Chegando ao local indicado, o rei cansado e doente veio ter um encontro com o eremita que fazia sua refeição e o convidara a compartilhar. Comia um pedaço de carne de ovelha assada. O rei Qin assustado, perguntou:

- Mestre, estou admirado ao vê-lo comendo carne. Sábios não se alimentam apenas de raízes e folhas?

- Meu filho, todo o mal é o que sai pela boca do homem.

Contenta-te com o que te é oferecido por Deus e pelos seus.

Envergonhado, sentou-se a mesa e serviu-se junto ao sábio. Conversaram demoradamente sobre suas angústias. 

Acabava de conhecer o mestre Lao.

Passados 2 dias, o rei Qin estava ansioso por conseguir uma cura miraculosa, um chá, uma erva poderosa, mas o sábio apenas disse que a sua cura estava condicionada e ele responder corretamente a 3 perguntas que o faria, caso acertasse teria encontrado a cura.

O rei Qin, obcecado por conseguir esta cura, reuniu todos os seus assessores e encontrou-se com o sábio Lao. Então o sábio disse:

- Meu filho não tente encontrar as respostas. As respostas o encontrarão, mas somente a meditação e o autoconhecimento farão com que isto aconteça. Depois que tiver as 3 perguntas, parta de volta a seu reino. Se algum dia tiver a certeza que as respostas encontraram você, retorne para celebramos juntos.

- Mestre, viajei muitas luas para receber esta cura? Estais zombando de mim? Não posso acreditar que atravessei desertos e montanhas para isto.

E o mestre disse:

As perguntas são:
- Qual o momento mais importante de sua vida?
- Qual a pessoa mais importante de sua vida?
- Qual a coisa mais importante a ser feita na sua vida?

Após passar as 3 perguntas o mestre desapareceu entre as árvores e não foi mais encontrado.

Desesperado e sentindo-se enganado, o rei Qin partiu com raiva. Mas algo fora plantado na sua mente que não conseguia deixar de pensar.

Que diabos era esta coisa do mais importante? Seria fácil responder ali mesmo! Além do mais havia trazido consigo alguns dos seus melhores assessores e conselheiros.

Voltou ao seu reino e começou a perceber a importância de outras coisas que nunca houvera prestado atenção. Coisas pequenas, pessoas distantes.

Muito tempo passou e o rei Qin se voltou para ajudar o seu povo. Espelhava-se mais na memória do seu querido pai.

Depois de anos sua doença já não era algo que o perturbava, mas não conseguia esquecer o sábio Lao e suas 3 perguntas... algum dia, uma luz caíra sobre ele e entendeu que as respostas o haviam encontrado...

Voltou ao encontro do Mestre Lao, numa viagem muito mais prazerosa...

Ao reencontrá-lo, o mestre o recebeu sorrindo .

- Esperava que retornasse muito antes.

O rei Qin respondeu,

- Mestre, o importante é que realmente me curei e minha vida mudou.

- Então, qual o momento mais importante de sua vida?

- O aqui, o agora, este exato momento!Falou no momento exato que lágrimas rolavam no seu rosto. E continuou ...

- O agora é o mais importante, pois é como cada lágrima que cai dos meus olhos, nunca mais irão voltar a eles e voltar a cair.

O mestre Lao sorrindo assentiu e pediu que continuasse.

- A pessoa mais importante é aquela que esta no meu momento mais importante. Portanto aqui e agora é você mestre. Devemos ter sempre em mente que as pessoas que nos cercam são as mais importantes.


O mestre Lao muito feliz disse:

- Quando chegou aqui, cheguei a duvidar que atingisse tal conhecimento, mas talvez não consiga acertar a terceira. Disse emocionado.

O rei continuou ...

- A coisa mais importante a fazer é trazer mais alegria, felicidade, paz e amor para a pessoa mais importante de sua vida. Acredito que estando aqui e agora, estou me transformando e trazendo de volta a ti os frutos das sementes que me entregou.

Abraçados, seguiram juntos e foram festejar aquele momento especial que nunca mais seria esquecido...


Apenas nos iludimos, pensando ser donos das coisas - Miguel Tavares

Apenas nos iludimos, 

pensando ser donos das coisas, 
dos instantes e dos outros. 

Comigo caminham todos os mortos que amei,

todos os amigos que se afastaram, 

todos os dias felizes que se apagaram. 

Não perdi nada, 

apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre.


Do livro "Não te deixarei morrer, David Crockett" 
do escritor e jornalista português Miguel Sousa Tavares.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Meu olhar - Fernando Pessoa

O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de, vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...

Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender ...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar ...

Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...

Fernando Pessoa como Alberto Caieiro

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Pensamentos para hoje - Nelson Rodrigues

Sem paixão não dá nem pra chupar um picolé. Perfeição é coisa de menininha, tocadora de piano.

A prostituta só enlouquece excepcionalmente. A mulher honesta, sim, é que, devorada pelos próprios escrúpulos, está sempre no limite, na implacável fronteira.

Tudo passa, menos a adúltera. Nos botecos e nos velórios, na esquina e nas farmácias, há sempre alguém falando nas senhoras que traem. O amor bem-sucedido não interessa a ninguém.

A mulher ideal deve ser dama na mesa e puta na cama.


Nelson Rodrigues 

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

O Hoje é que importa - Prince Cristal

O ontem é como uma lágrima, 
que caiu de nossos olhos 
e nunca mais voltará lá 
para novamente cair. 

O amanhã é o sorriso incerto 
de um filme que nem sabemos 
se será comédia... 

O hoje é este momento agora, 
tempo em que é fundamental 
despertar e viver 
com efetividade e simplicidade 
no pensamento ! 

E nunca esqueça... 
"O Hoje" é um presente de Deus.

quinta-feira, 22 de setembro de 2016